13 April, 2006

And so it's gone...

no dia 10 a crisálida virou borboleta, finalmente, já depois de quase não mais acreditar que tal fosse ainda possível! há quase 6 meses que mantinha assim a crisálida encontrada... por entre alguns distúrbios de correrias dos gatos, de correntes de ar, de sol em excesso... a sua vida neste estado de desenvolvimento não deve ter sido das mais pacíficas, ainda que se na natureza talvez tudo não tivesse sido visto por esta perspectiva!

na manhã de 2ª feira, ao saudar a crisálida como rotina, notei o escurecer dos topos do casulo castanho e pensei: "ou está a apodrecer ou está prestes a nascer pra vida" (só ponderei bem a primeira hipótese, pois)... o certo é que à tarde, após um pequeno ruído quase de fundo, reparei que já nada estava como dantes, mas antes assim, num momento admirável:

logo improvisei um recipiente de vidro, mais amplo do que o cubículo do recipiente de plástico, para que a borboleta, mais tarde apelidada de Maria (é sempre Maria(s) por todo o lado), logo pudesse espreguiçar-se! alface como alimento e alguma água foram as primeiras visitas de uma caixa adaptada como viveiro, com redes de sacos de batatas para arejamento natural.

com muita ajuda (mesmo muuuuuuita), muita também moral, mesmo com muitos intervenientes, acabou por sobreviver, pelo menos até ao momento da "largada"... um muito obrigada a todos, pela força!

durante quase 3 dias, os ensinamentos de vôo sucederam-se, com muito muito esforço, por diversas metodologias, mas nada... sempre acabava por cair desesperadamente no chão, ainda que arrelvado, já que as asas teimavam em não abrir, ou pelo menos, esticar um pouco mais pra poder planar... já em contacto com um meio mais propício a uma melhor adaptação à natureza, a Maria sempre se foi alimentado de algum pólen de flores circundantes... e aqui acabou por ficar, em mais uma tentativa na árdua tarefa de aprender a voar - não é mesmo tarefa fácil!

o final desta aventura não foi o mais apetecível, mas pelo menos resta a esperança de que terá efectivamente aprendido a voar, ou partido numa aragem mais convincente... (os predadores estariam todos de férias, certamente!)

ficam agora as saudades (mesmo muuuuuuitas)... e a necessidade de ainda mais paciência e persistência para que a próxima crisálida vá ao ritmo da natureza!

4 comments:

Anonymous said...

Manita! O post está muito giro (ao contrário do que dizias...) e as fotografias muito bonitas! Afinal sempre estavas inspirada :) Beijinhos e muito obrigada por me teres deixado partilhar desta aventura tão especial,

Cristina

Anonymous said...

Olá, Prima!!!
Não pude resistir e agradecer seu comentário no meu blog. Sabe, que os planos são esses mesmos...Devagar, começar a desbravar outros territórios...E é claro que aí é o primeiro que gostaria que fosse. Mas é como a aventura da sua crisálida! A vida é tão frágil e cada pequeno passo às vezes demora tanto, não é??? Eu tenho como exercício observar as plantas da minha casa. Para ver se entendo mais da terra e ganho paciência (que tanto me falta!!!). Só quando se vê o esforço (e o tempo) de uma semente sair da terra até ganhar um corpo respeitável é que se entende sobre o tempo e seus processos. Mas o importante não é a velocidade e sim a direção. E tantas vezes quando achamos que tudo estava perdido, vem a vida e nos surpreende, a crisálida se põe a voar!!!

Um grande beijo com amor e saudade,
Inês

Anonymous said...

Ora aí está! Uma boa história de Vida contada por uma verdadeira bióloga!!
Quando menos esperamos... a Vida acontece! ;)
Obrigada por partilhares!
bjito

Anonymous said...

Estou de boca aberta. Até vou copiar para o Bichos. Interessante, bem contada e bem documentada.

Jinhos***